Seguindo recomendação do Ministério da Justiça deveríamos ter a proporção de 1 agente penitenciário para 5 presos. Isso representaria para cada 100 detentos, 20 agentes penitenciários por plantão. Imagine, então, uma cadeia com 1.000 internos. Deveria ter 200 agentes penitenciários trabalhando por dia. Parece, irracional? Talvez, para os padrões das cadeias nos Estados brasileiros. Mas, esta previsão seria a contingência de pessoal mínima para dotar as prisões de mais segurança.
Agora, imagine a nossa real situação, onde as unidades prisionais conta com 1 agente penitenciário ou até menos para cada grupo de 100 presos? Soa como absurdo, sim, confesso que sim. Porém, esta é cruel, miserável e desumana realidade nos presídios brasileiros.
Nos Estados, inúmeros profissionais (estimativa pelo tamanho populacional do país) carregam a árdua missão de trabalhar em depósitos de presos (sim porque é assim que funciona) abrindo, fechando celas e dando assistências com um número irrisório de servidores, sofrendo todo o tipo de pressão, ameaças e retaliações de toda a sorte de criminosos.
Coloque-se, leitor, apenas alguns segundos no lugar deste profissional que trabalha em lugares insalubres, periculosos, entrando no pátio, se misturando com marginais, loucos, psicopatas, insanos, estupradores, enfim o expurgo da sociedade. Os presos têm noção da fragilidade do sistema, por isto, eles não tem nada a temer. Sabe que não está sendo vigiado. Tem noção de que naquele espaço o Estado não manda nada. O controle é dos criminosos.
Os Agentes penitenciários quando entram ao pátio mantém a cabeça erguida e se esforçam para ter uma postura de pseudo-autoridade. Uma certa vez um preso me perguntou? Aonde os Senhores tiram esta coragem para entrar no pátio e, naquele momento, não fraquejarem diante de tanta gente perigosa? Eu lhe disse que esse é nosso papel, no dia que essa firmeza falhar, eu terei que procurar outro local para trabalhar. Mas, eu entendi a visão daquele interno, e sei que ele tem toda a razão.
Realmente enfrentar bandidos que nunca respeitaram pais, mães e nem mesmo a polícia, sem perder a altivez, não é coisa para humano. E o agente penitenciário continuará fazendo o seu trabalho porque não é uma atividade comum, é uma missão divina. Tenho certeza que a nossa força vem de Deus, e não fraquejaremos nunca, mesmo que todo o mundo conspire contra nós.
A sociedade que prefere fechar os olhos para o nosso relevante trabalho, acreditando nos maldizeres midiáticos e em representantes inescrupulosos do governo que atribuem covardemente todas as mazelas do sistema a esta nobre categoria.
Vamos continuar em frente, mesmo que os governos não nos valorizem e continuem nos forçando a morrer trabalhando. Temos noção do papel que desempenhamos e da relevância da nossa atividade para garantir o sono tranquilo desta ingrata sociedade.
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