Agentes continuam sem receber novos presos em Cachoeiro, ES. Em quarto dias de paralisação, agentes pedem melhorias em presídios. Categoria alega que as unidades estão superlotadas e oferecem perigos.
Os policiais civis que tentam levar presos para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Cachoeiro de Itapemirim, na região Sul do Espírito Santo, continuam sendo impedidos de entrar com os detentos, nesta quinta-feira (29). Os agentes penitenciários do estado permanecem se recusando a receber novos presos, desde a meia noite desta segunda-feira (29). A categoria alega que as unidades estão superlotadas e que a situação representa riscos para agentes e detentos.
Em Cachoeiro de Itapemirim, uma viatura da Polícia Civil tentou levar sete presos para o CDP do município. "Resolvemos parar com a entrada de presos no CDP devido a falta de condições de trabalho. A superlotação está impedindo o trabalho dos agentes, pondo em risco o nosso trabalho. O governo se recusa a negociar com a gente. Muito tempo pra negociar, ele deu uma posição favorável, então agora nós vamos arredar o pé aqui. Não vai entrar nenhum preso enquanto o sindicato não falar que o governo admitiu negociar com os agentes ou tome uma atitude positiva ao nosso favor. Tirando isso, a gente já parou 30 por cento das nossas atividades de escoltas, que é o permitido pelo desembargador", disse o agente penitenciário Gabriel Alves.
O delegado que acompanhava os presos tentou negociar com os agentes, mas após quase duas horas de espera, os policiais resolveram voltar. A decisão veio da chefia do Departamento de Polícia Judiciária (DPJ) e tinha por objetivo evitar transtornos maiores.
O Secretário Estadual de Justiça, Sérgio Alves, informou que o sindicato foi notificado da decisão judicial, dada pelo desembargador Namyr Carlos de Souza Filho, que determina o retorno imediato de todos os agentes penitenciários de escolta e vigilância do estado ao retorno de suas funções de forma integral. A pena para o descumprimento da determinação é de R$100 mil por dia, incluindo cortes salariais.
Em resposta, o sindicato dos agentes penitenciários disse que entende a ordem da Justiça para o retorno ao trabalho de escolta, mas que os agente só vão voltar a receber presos quando houver espaço nos presídios.
Fonte: Portal G1