Em toda a história da categoria dos agentes penitenciários da bahia nunca houve uma mobilização com tanta comoção, sentimento de revolta, sem apego a questões salariais, indignação como a que ocorreu a partir de 24.08.2013 com a prisão arbitrária e ilegal dos Agentes penitenciários Ranulfo Antonio e Antonio Jorge Freitas.
Relembrando o motivo arrumado para justificar a prisão
um certo promotor, inominável, apresentou como alegação uma escuta telefônica com o seguinte trecho do diálogo: "...pode trazer que o chefe libera". Ele tomou como referência a palavra "chefe" como sinônimo para atribuir a um cargo ocupado por um servidor público. A avaliação deste caso demonstrou enorme falta de preparo e incompetência por parte do serviço de inteligência da Segurança Pública da Bahia a cerca dos cuidados que o ato requeria.
Pior do que ser mal avaliado por setores externos do sistema penitenciário, é tomar conhecimento de que toda a ação teve a participação no planejamento e execução membros do escalão superior da, na época, Secretaria de Justiça, cidadania e Direitos Humanos, cujo o Secretário na ocasião era o Senhor Ivan Bessa. Fica bem claro que houve subsídio e participação de servidores da SJCDH que tinha plenos conhecimentos dos meandros da classe de agentes penitenciários.
Para se ter uma idéia da falta de preparo do serviço de inteligência ou quem sabe, sem ser muito ingênuo, que nada foi por acaso, se a operação máscara fosse efetuada 30 dias antes do dia 24.08.2010, os nomes dos agentes penitenciários Ranulfo e Jorge Freitas seriam substituidos por Daniel Oliveira e Darthagnan Júnior que exerciam anteriormente as funções dos citados colegas.
Motivo da revolta da classe trabalhadora
Antes da minha saída do cargo de Coordenador de Segurança da PLB, houve várias reuniões com a administração da unidade, a fim de chegar ao nome de um agente penitenciário que reunisse as qualificações necessárias para assumir as atribuições pertinentes às funções. O nome de Ranulfo Antonio saiu do consenso dentre e por todos os colegas que trabalham na PLB, devido a sua conduta imaculada e exímio conhecimento das atividades que lhe seriam imputadas.
Conheci o trabalho do colega Ranulfo na PLb, e posso dar o meu testemunho de que se trata de um dos mais destemido agentes penitenciários com quem trabalhei. As criticas feitas a Ranulfo, talvez, passe por ele ser rigoroso nas suas atitudes e agir com excesso. Ele em várias ocasiões invadiu o pátio da PLB, em momentos de tensão para demonstrar que a categoria de agentes penitenciários não estava refém do medo e nem tão pouco dos bandidos.
As pessoas que conhece o companheiro Ranulfo sabe do seu caráter e do seu ilibado perfil profissional. Lembro de várias questões levantadas em que expressava suas posições sempre com imparcialidade e, em umas duas suas teses, ele dizia que "em quanto a Secretaria responsável pelo sistema prisional não for administrada por técnicos, servidores de carreiras, ao invés de ser gerida por políticos, o sistema prisional baiano sempre será um caos, principalmente para os agentes penitenciários".
A escolha para exercer a função de coordenador de vigilância do módulo III do companheiro Antonio Jorge Freitas ocorreu na mesma condição de Ranulfo, sendo lhe conferido qualidades fundamentais para ocupação do cargo. Todavia, este colega estava voltando de uma licença para resolver problemas particulares, motivo pelo qual a gestão pouco o conhecia.
No dia 24.08.2010, ao tomar conhecimento da fatídica prisão dos companheiros mencionados, houve uma indignação generalizada em toda a categoria, cujo o sentimento era de que, ora, se companheiros nossos, imaculados e inquestionáveis foram vítimas de tamanha arbitrariedade e injustiça, isto poderá ocorrer com qualquer um, nesta situação a sentença não foi apenas para atingir servidores penitenciários e, sim, para toda uma categoria de trabalhadores.
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