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sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Modelo de prisão do futuro integraria escola e detenção

Prisão do futuro integraria escola e detenção, diz Harvard

Imagem do projeto da PriSchool, de Glen SantayanaImagem do projeto da PriSchool, de Glen Santayana

Imagem do projeto da PriSchool, de Glen SantayanaImagem do projeto da PriSchool, de Glen Santayana
Imagem do projeto da PriSchool, de Glen SantayanaImagem do projeto da PriSchool, de Glen Santayana

São Paulo – Quando alguém comete um crime, espera-se que seja julgado e punido. 
Ele pode passar alguns anos na cadeia. Depois disso, é solto e volta à sociedade.
Com certeza, ele não voltará a cometer mais crimes e terá se tornado uma pessoa melhor. 
Certo?
Sabemos que a resposta é não. Com prisõessuperlotadas, precárias e violentas, em muitos
 casos o preso sai pior do que entrou e volta a cometer um crime.
Como resolver esse problema da estrutura prisional, que pode piorar a situação em vez de
 melhorá-la?
Pensando justamente nessas questões, o americano Glen Santayana, um estudante 
de pós-graduação em Arquitetura na Universidade Harvard, criou um projeto de prisão
 futurista e inovadora que pode garantir 100% de reabilitação dos presos.
Batizada de PriSchool, seria uma prisão com design inovador – muito menos opressiva e 
sombria – e que estaria integrada à sociedade ao redor, não isolada feita um feudo fortificado.
Junto à cadeia, estaria uma escola de criminologia e justiça criminal, frequentada por
 estudantes e presos. O convívio entre eles seria facilitado e incentivado.
Ainda haveria um centro comunitário, integrando detentos e comunidade. Santayana criou o
 projeto localizando a PriSchool no bairro do Brooklyn, em Nova York.
Ele acredita que essa nova arquitetura do cárcere, aliada à educação, pode combater os 
problemas americanos de segurança e sistema prisional.
Nos Estados Unidos, onde há a maior população carcerária do planeta (o Brasil está em
 quarto lugar), 67% dos detentos libertos voltam a ser presos em menos de 3 anos. Além
 disso, 68% não tem diploma do ensino médio.
Leia a entrevista que Glen Santayana concedeu a EXAME.com e um vídeo que
 mostra o projeto no final da matéria: 
EXAME.com: Como surgiu a ideia da PriSchool? Por que decidiu apresentar
 esse projeto em Harvard?
Glen Santayana: Originalmente, seria apenas o projeto de uma prisão. Depois, 
conversando com alguns professores, transformamos isso em um híbrido entre escola e
 prisão que foca a reabilitação do preso.
EXAME.com: Quais aspectos da PriSchool são benéficos para os detentos?
Glen Santayana: O que faz da PriSchool uma prisão diferente é que ela se baseia em
 quatro programas: uma escola de criminologia e justiça criminal, a prisão em si, uma área
 de “pré-liberdade” e um centro comunitário.
Na escola, a interação entre os alunos e os detentos seria incentivada e facilitada. Isso
 ajudaria a criar senso de responsabilidade em todos.
EXAME.com: Ela seria muito cara de se construir e manter?
Glen Santayana: Como ainda é um projeto acadêmico, não dei prioridade ao cálculo
 da construção e das operações. Não sei precisar o valor.
Estou concentrando esforços em pesquisar o universo das cadeias e das escolas e traçar
 paralelos. Em ambos há um sistema de vigilância, segurança, disciplina. Tudo isso reflete no
 modo como prédios e escolas são construídos.
EXAME.com: A PriSchool pode funcionar em qualquer país? A realidade das
 prisões brasileiras é diferente da realidade americana, por exemplo.
Glen Santayana: Eu defendo que a PriSchool pode funcionar em qualquer país. Isso
 não quer dizer que, necessariamente, ela seria construída do mesmo modo. Cada contexto social, histórico e econômico teria influência no projeto final.
EXAME.com: Quais os maiores problemas das prisões americanas atualmente?
Glen Santayana: Há uma série de questões que pesquisei, mas foquei em dois 
grandes problemas: a superlotação e a reintegração dos presos na sociedade depois de
 cumprirem a pena. A culpa da superlotação é, em parte, do alto índice de reincidência.
EXAME.com: Alguém já demostrou interesse pelo projeto? Algum governo, por
 exemplo?
Muitas pessoas já se interessaram em apoiar o projeto, incluindo uma fundação chamada The
 Reset Foundation, que está dedicada no mesmo propósito que a PriSchool: criar um modelo alternativo para o sistema carcerário, com foco em educação.
FONTE: REVISTA EXAME

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