O passado, o presente e o futuro da carreira dos Agentes Penitenciários na Bahia
No quadro nacional temos 3 Estados em que a carreira dos Agentes Penitenciários foi incorporado aos quadros das Polícias Civis dos seus Estados e o Distrito Federal, respectivamente Pernambuco, Acre e Brasília. Em mais de uma dezena de Estados como o Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso, Paraíba, Rio Grande do Norte e outros, os investimentos são de milhões e os resultados são a carreira com autonomia e executando em sua totalidade e dentro da legislação de cada Estado, a custódia, a escolta, a vigilância interna e externa das unidades prisionais sem a presença das Polícias Militares na estrutura prisional, por lá o sistema é do "Guarda" . A Bahia podemos comparar em estrutura e planejamento para a carreira dos Agentes Penitenciários aos Estados mais pobres e problemáticos do País, como Maranhão e Piauí. Um novo concurso público na Bahia sem a oportunidade de inclusão do reconhecimento de prova de títulos para que vários candidatos tenham as suas experiências anteriores agregadas ao sistema prisional, sem um curso de formação sério e profissional e sem o perfil psicológico do Agente Penitenciário com definição em lei, infelizmente continuaremos na era "patriarcal" e patinando contra a expansão de outra carreira de Estado dentro da nossa estrutura, no caso a Polícia Militar. Neste período que estamos em Greve, para conquistar direitos e reparar injustiças, como plano de carreira, a aposentadoria especial e o concurso público, que são pleitos fundamentais e urgentes, nos coloca em cheque enquanto carreira de Estado e com reflexos em nosso futuro. Mas autonomia e independência são caminhos longos e que precisam de planejamento.O acesso aos cargos por viés político é natural em qualquer estrutura do Estado, que o digam os Coronéis e os Delegados em postos estratégicos e muitas vezes cobiçados por outros colegas de corporação. O que não podemos entender é que, após esse período nos cargos de maior destaque "Direção" ou outros de menor autonomia "Chefia de Plantão", seja do ponto de vista econômico ou de autoridade, continuamos sem saber qual o perfil, a forma, e o método de trabalho ou ação do Agente Penitenciário na Bahia.Cada unidade, cada plantão, cada cadeia em cada região do Estado tem suas "peculiaridades" e isso se transforma em rotina de trabalho. Somente com padronização amparada em Lei, e todas a conquistas aprovadas na Assembleia Legislativa do Estado e que sejam colocadas em prática, poderemos vislumbrar um futuro com respeito e autonomia para a carreira. A realidade é, ou incorporação ao quadro da Polícia Civil como Pernambuco, Acre e Brasília ou investimento de milhões de reais em nossa estrutura, com treinamento, viaturas, armamento e padronização como Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso, Paraíba e Rio Grande do Norte.Outros caminhos é reinventar a "roda" ou patinar eternamente em busca de autonomia que somente nossos "filhos" verão. Temos contra nossos anseios, a terceirização ou privatização dos presídios com seus interesses políticos e econômicos, também as forças partidárias que agem nas sombras do poder que anseiam pelos cargos e postos em nossa estrutura, ainda o espaço institucional e crescente da Polícia Militar e mais outros fatores. Uma nova Secretaria de Estado "Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização" - SEAP, antiga Secretaria de Estado "Secretaria de Justiça e Direitos Humanos" - SJCDH, grupos políticos no poder como garante a democracia, o Partido dos Trabalhadores (PT), grupos políticos tentando retornar o Democratas ou antigo PFL agora DEM, a carreira tem que ser forte o suficiente para sobreviver e crescer em meio a essas mudanças, algumas nem tão boas, outras sem efeito. No plano nacional, estamos na Bahia alheios a toda a discussão em torno do "PORTE DE ARMA" que nos concede o direito mesmo fora de serviço e também nos garante o porte institucional ou da corporação.Além da indefinição causada pelas lideranças nacionais entre a PEC 308/04 que nos leva a "POLÍCIA PENAL" ou o anteprojeto de lei que nos transforma em "OFICIAIS DA EXECUÇÃO PENAL", precisamos romper as amarras e contribuir também no cenário nacional para estas discussões. Conforme campanha publicitária "Bahia, o Brasil nasceu aqui", o primeiro caso de preso custodiado após o descobrimento foi na Bahia, em que Tomé de Souza (1503 - 1579), um militar e político português, primeiro governador-geral do Brasil, ordenou a Garcia D´ávila o seu subornDinado das armas, para organizar esse papel do Estado.O que temos para dizer nestes 500 anos ?"Sistema Prisional Forte, Sociedade mais Segura".
Pedro Paulo Gomes Ribeiro Agente Penitenciário Colônia Penal Lafayete Coutinho - Plantão "C"·
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