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segunda-feira, 20 de maio de 2013

ASSASSINOS DE POLICIAS PODEM TER PENA MAIS DURA CONFORME PROPOSTA DO SENADO FEDERAL

Atenção agente penitenciário: Promotores, juízes, defensores e representantes das categorias de policiais e agentes penitenciários querem pena mais dura para os assassinos de policiais. Se aprovado o projeto de Lei que tramita no Senado, os assassinos perderiam benefícios, como, progressão de regime e teriam o tempo de pena a cumprir aumentado.



Na tentativa de coibir a violência contra policiais, promotores, juízes e defensores públicos, o Senado Federal quer aumentar o tempo de prisão e acabar com os benefícios de progressão de regime para criminosos condenados por matar esses servidores em função do cargo que eles ocupam.
pena mais dura para assassinos de policiais

Advogados criminalistas e especialistas em Direito Penal ouvidos pelo R7 aplaudem a iniciativa, mas não acreditam que o projeto tenha uma eficácia prática.
Para eles, os criminosos não vão ficar intimidados pela punição mais severa.
A proposta é alterar a lei, para tornar hediondo e qualificar o crime de homicídio contra integrantes da PF (Polícia Federal), da PRF (Polícia Rodoviária Federal), da PFF (Polícia Ferroviária Federal), das polícias civis e militares e do Corpo de Bombeiros.
A medida também valeria para assassinatos de membros da guarda municipal, do Ministério Público, da Defensoria Pública, do Poder Judiciário e de agentes do sistema penitenciário.
Mas, para o advogado criminalista e professor de Direito Penal do Iesb (Instituto de Educação Superior de Brasília) Paulo Emílio Catta-Preta, na prática, nada mudaria.
O criminalista diz que, baseado em sua experiência, o assassino não pensa na punição que vai sofrer por cometer o homicídio. Segundo Catta-Pretta, nenhum deles mata acreditando que vai ser pego.
—A própria pena do homicídio já é alta o suficiente. É muito pouco provável que o agente que pretende praticar um homicídio contra alguma dessas autoridades se desestimule por causa de uma qualificadora. Eu acho que isso é um pouco fantasioso.
Para o advogado, o temor de ficar mais tempo na cadeia não intimida o criminoso que está disposto a matar um policial ou um juiz.
Justiça lenta
O especialista em processo penal David Rechulski também duvida que a simples mudança na lei possa gerar um temor maior nos criminosos. Para ele, a crença na impunidade é o maior problema.
Para o advogado, além da pena mais rigorosa, é preciso uma Justiça célere e eficiente, que dê certeza de punição rápida.
— Se punição rigorosa resolvesse, não existiria crime em países com pena de morte. A melhor maneira de intimidar é a certeza de punição. A Justiça rápida é que intimida.
A proposta
O projeto de lei do senador Ciro Nogueira (PP-PI) está na comissão especial do Senado, criada para analisar o projeto de novo Código Penal.
O autor da proposta está animado e acredita que o texto será aprovado sem problemas. Segundo ele, a mudança tem apoio no Congresso e no governo federal.
—O relator da proposta [de novo Código Penal], senador Pedro Taques (PDT-MT), é altamente favorável. E nós tomamos o cuidado também de procurar o governo, na pessoa do ministro da Justiça [José Eduardo Cardozo], que também ficou muito sensibilizado, totalmente favorável a essa proposta.
Sem dificuldades de tramitação, a matéria deve ser aceita sem grandes problemas. Se for aprovado, o texto modifica o Código Penal Brasileiro e a pena para assassinato de policiais e juízes passa de seis a 20 anos para de 12 a 30 anos de prisão.
O projeto foi apresentado em fevereiro deste ano, depois da onda de violência contra policiais militares registrada em 2012, principalmente em São Paulo.
Na proposta, o senador Ciro Nogueira alega que, conforme dados oficiais de 31 de outubro do ano passado, já se totalizavam 229 policiais civis e militares haviam sido assassinados em todo o País, sendo que 79% deles estavam de folga, em situação mais vulnerável. 
FONTE: R7

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